A presidente e candidata à reeleição pelo PT, Dilma Rousseff, afirmou que em um eventual segundo mandato irá promover modificações na política econômica e disse que o ministro Guido Mantega não estará na equipe do governo. “O Guido já me comunicou que ele não tem como ficar no governo em um segundo mandato por razões eminentemente pessoais que peço que vocês respeitem”, adiantou aos jornalistas.

As declarações foram dadas durante a série “Entrevistas Estadão”, promovida pelo jornal O Estado de S. Paulo. Segundo Dilma, as mudanças vão acontecer porque “o país se preparou” para isso. “Nós vamos continuar focados em emprego e garantia de salário para a população. Eu não concordo, como alguns acham, que a raiz da inflação é a política de valorização do salário mínimo. Se você olhar os dados de produtividade você vai ver que nos últimos anos estamos só recuperando a queda brutal do salário real que houve no país no período anterior ao Lula”, argumentou.

A presidente disse que acha preferível a forma como o Brasil definiu sua política econômica diante da crise mundial do que a que foi praticada na Europa, por exemplo. “A Europa fez uma política duríssima de austeridade, cortou gasto, cortou salário, cortou emprego e não dá um único passo à frente, pelo contrário. Você vê uma queda tanto na Alemanha, uma queda da produção na Europa e uma estagnação na França. Eu acho muito preferível o nosso método”, comparou.

Dilma ressaltou os investimentos em infraestrutura, citou o setor privado e se defendeu ao falar dos projetos de infraestrutura no país, dizendo que “só não atrasa obra de engenharia quem não faz”. Ela ainda garantiu que num eventual segundo mandato muita coisa será diferente. “Eu pretendo melhorar a gestão”, garantiu.