As vendas de títulos por meio do Tesouro Direto em outubro ficaram muito abaixo do valor registrado no mesmo período do ano passado, época em que a crise econômica começou a ter reflexos na economia brasileira. Segundo balanço divulgado nesta sexta-feira (13) pelo Ministério da Fazenda, em outubro foram vendidos R$ 141,69 milhões, resultado 50,49% superior ao do mês de setembro, mas 45,31% inferior ao do mesmo período de 2008, quando as vendas registraram valor recorde (R$ 259,1 milhões).

O volume total de aplicações no Tesouro Direto, porém, chegou a R$ 3,08 bilhões, com redução de 0,18% em relação ao do mês anterior, mas crescimento de 44,36% sobre o de outubro de 2008. O Tesouro Direto é o programa do governo federal que permite às pessoas físicas a compra de títulos públicos federais sem a interferência de bancos.

O balanço mostra ainda certa cautela dos investidores com a forte demanda por títulos pré-fixados (LTN e NTN-F), que têm rentabilidade definida no momento da compra. A procura por esses papéis chegou a 60,68% do total. As Notas do Tesouro Nacional (B e B-Principal), que são títulos corrigidos pela inflação, ficaram em segunda posição, com 30,19% das vendas. Os títulos corrigidos pela taxa básica de juros, a Selic, ficaram com participação nas vendas de apenas 9,13%.

Mais da metade das vendas registradas no Tesouro Direto ainda é de papéis com prazo acima de cinco anos (54,75%). Com prazo inferior a esse e acima de um ano estão 42,07% do total, o que, segundo os técnicos do Tesouro, demonstra uma opção do investidor desse tipo de aplicação por uma poupança de médio e longo prazos.

Em outubro houve um acréscimo de 2.833 novos investidores no Tesouro Direto, elevando para 169.752, o total de aplicadores ou 22,5% a mais no período de 12 meses. Os pequenos investidores, com aplicações inferiores a R$ 5 mil, foram a maioria no mês de outubro, representando 54,75% do volume aplicado, segundo o balanço.

Agência Brasil / Daniel Lima
Edição: Juliana Andrade