O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, demonstrou confiança na recuperação da economia brasileira, apesar da queda histórica verificada no último semestre. Segundo ele, o governo já esperava uma retração no mercado e tomou medidas de reação à crise.

“O resultado foi ruim, mas não veio nenhuma coisa que nós não soubéssemos. A grande queda na indústria foi nos últimos três meses de 2008 e nos três primeiros meses de 2009. Depois disso, as medidas adotadas pelo governo já surtiram efeitos e nós temos outra situação”, afirmou Paulo Bernardo, que participou de encontro internacional de escolas de administração, em um hotel na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro.

O ministro reconheceu que alguns setores ainda sentem mais fortemente os efeitos da recessão mundial, mas afirmou que outros já demonstram que estão reagindo à crise.

“Ainda há setores, principalmente ligados a commodities metálicas, metal-mecânica e à exportação, que merecem atenção maior. Mas se você olhar outros setores da indústria, já mudou completamente. Os setores automobilístico, de indústrias eletrônicas, da linha branca, de material de construção e de construção civil estão bombando neste momento”, disse.

Perguntado se a crise no Senado poderia atrapalhar o trâmite de projetos do governo, o ministro demonstrou otimismo e afirmou que era um problema a ser resolvido apenas pelo Legislativo.

“Acho que não tem razão para que, por conta de uma disputa, uma crise política, os projetos deixem de ser votados. Isso é uma questão que os senadores têm que resolver. O que as pessoas questionam, e que certamente ninguém aceita, é o negócio de atos secretos, nomeações que não foram publicadas, falta de controle nos gastos de viagem e gastos de maneira geral”, afirmou Paulo Bernardo.

Vladimir Platonow – Agência Brasil