Como muitas grandes economias do mundo, o Brasil se sustenta em três principais pilares. A agricultura, responsável por cerca de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional; o setor industrial, responsável por cerca de 25% do PIB; e o setor terciário, que engloba comércio e serviços. Apesar da força econômica do país ser bem dividida nesse sentido, um destes setores está mais fortemente ligado a fatores de extrema importância como geração de empregos, câmbio, investimentos, importação e exportação.

O setor industrial é um grande termômetro da nossa economia. Se ela vai mal, a economia sofre, se ela vai muito bem, a economia avança.

Ficando atrás apenas do agronegócio neste quesito, cerca de 15% dos brasileiros economicamente ativos trabalham na indústria. O setor gera empregos anualmente, mas a sua maior importância está no desenvolvimento econômico. A produção do setor industrial é um dos mais importantes alicerces da evolução da sociedade em diversos países, e por aqui não é diferente.

A industrialização no Brasil apresentou os primeiros sinais antes mesmo da chegada da família Real portuguesa, em 1808, mas acabou se arrastando mesmo depois do rei Dom João VI revogar um alvará assinado nos anos 1780 que extinguia as manufaturas para evitar uma possível independência do Brasil Colônia.

O processo, contudo, só avançou consideravelmente com a revolução de 1930, sob o comando do presidente Getúlio Vargas. Durante essa década e no início dos anos 1940, o país passava por um grande êxodo rural por conta da crise do café, o que causou o aumento da população urbana. O avanço da Segunda Guerra Mundial também contribuiu porque agiu diretamente na economia internacional, diminuindo drasticamente as importações e criando a necessidade do país começar a exportar.

De lá pra cá o setor se expandiu acima de quaisquer expectativas. O governo de Juscelino Kubitschek, de 1956 a 1961, foi dedicado massivamente ao desenvolvimento do país principalmente nos setores de transporte — como ferramenta de unificação — e de energia, para suprir as demandas geradas nas décadas anteriores com a explosão industrial. A internacionalização fez com que empresas estrangeiras se instalassem no país, o que criou uma demanda gigantesca por mão de obra e abertura de mercado.

Desde então, a indústria se expandiu. É um dos setores de maior impacto econômico e influencia diretamente na relação internacional com os outros países, pois tornou a importação de matéria-prima e a exportação de produtos parte essencial do desenvolvimento do país.

Maiores indústrias

Das maiores indústrias brasileiras em valores de vendas, destacam-se as dos setores de energia, mineração, química, automotiva e de bens de consumo, como dos segmentos alimentícios e de bebida.

Figurando sempre entre as primeiras posições nos rankings de produção, volume de vendas e presença no mercado, estão as grandes estatais, como Petrobras e Vale; as processadoras de aço e minério de ferro e as gigantes montadoras automotivas multinacionais. Mas outros setores como a produção de máquinas, têxteis e vestuário, químicos e fertilizantes, eletroeletrônicos e equipamentos de telecomunicação também fazem parte da composição de uma indústria diversificada e de forte presença nas importações e exportações.

Com uma balança de bens de consumo produzidos internamente equilibrada entre agronegócio e indústria, o Brasil é o 22º maior exportador do mundo. O país exportou, só em 2014,US$ 225,1 bilhões, um valor alto, mas que, mesmo assim, é menor do que a capacidade. Em 2013, por exemplo, este valor alcançou US$ 242 bilhões.

Setor industrial e desenvolvimento socioeconômico

Por ser uma atividade que gera milhares de empregos, as regiões mais industrializadas do Brasil são mais desenvolvidas em diversos outros aspectos. Nas regiões Sul e Sudeste, a indústria é uma das principais atividades, apesar de atuar em segmentos diversificados. No Sul, predominam indústrias próximas a áreas de produção de matérias-primas. Grandes laticínios e frigoríficos, por exemplo, surgem em regiões onde a pecuária também é forte.

Na região também existe um número alto de indústrias de médio e pequeno porte em diversas cidades no interior dos três estados. Predominam os trabalhos de transformação, ligados à pecuária e à agricultura.

O Sudeste — São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo — concentra a maior parte da população brasileira. Nesta região, a produção industrial é diversificada e possui índices altos de exportação e de demanda por energia elétrica. O estado de São Paulo, por exemplo, é o maior parque industrial da América do Sul.

A concentração de 80% da extração mineral e produção de sal fica no Nordeste. Enquanto a agricultura predomina a maior parte desta região, diferentemente do Sul, o setor não está tão ligado ao agronegócio, o que faz com que os estados do Nordeste mandem muito de sua matéria-prima explorada e refinada para outras regiões do país e para o exterior.

Apesar disso, a produção nordestina está demasiadamente concentrada nas regiões metropolitanas das grandes cidades, como o Recife, Salvador e Fortaleza.

As regiões Norte e Centro-Oeste do país praticamente não possuem uma economia industrial bem estabelecida. A exceção fica por conta de algumas grandes indústrias isoladas na Zona Franca de Manaus. Mas por ser um local de difícil acessibilidade do ponto de vista logístico, o desenvolvimento não se expandiu.

Períodos de dificuldades

Por estar ligado de maneira tão inerente ao desenvolvimento econômico dos países, o setor industrial normalmente é o prenúncio e o resultado dos períodos de crise e retração fiscal. Nas grandes recessões internacionais históricas, os maus momentos são sempre alardeados como períodos que podem trazer desemprego e falência de grandes companhias.

A alta nas taxas de juros, na inflação e a diminuição da atividade econômica que têm afetado o Brasil acabaram gerando efeitos negativos no setor. Essas consequências atingem a estabilidade de emprego, os níveis de produção e, logo, aumentam os índices de endividamento.

Historicamente, contudo, é possível notar que tais momentos de recessão econômica no Brasil e em outros países estão longe de serem permanentes. O setor industrial não só se adapta a estas dificuldades como acaba se fortalecendo e consolidando sua posição como um dos mais indispensáveis fundamentos da economia.

Foto: Ricardo Almeida / ANPr

    Leia Também

  • Educação financeira

    Economizando em Tempos de Crise: Dicas Práticas para Gerenciar suas Finanças

  • Cinco atividades de lazer que movimentam a economia das grandes cidades

  • Afinal, qual é o melhor curso Ancord?

Comentários

Aprenda a organizar suas finanças, entenda mais de economia para fazer seu dinheiro render e conheça investimentos para incrementar sua renda